Ir para o conteúdo- Revelamos, em fevereiro de 2025, um aumento exponencial nos pedidos de exploração no mar brasileiro.
- Cerca de metade dos 950 requerimentos registrados na Agência Nacional de Mineração (ANM) foram protocolados de 2020 até o fim de 2024, parte de uma série histórica que começa em 1967. Foram 456 registros para mineração no fundo do mar na ANM apenas entre 2020 e 2024.
- Além do Espírito Santo, que lidera com folga o número de requerimentos, os pedidos se concentram em estados do Nordeste como Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Sergipe e Pernambuco.
- Os recursos minerais entre os de maior número de processos são os de fosfato (351) e sais de potássio (126) seguidos por 121 pedidos de três tipos de calcário e 58 de conchas calcárias, todos com potencial de uso para indústria de fertilizantes.
- Em uma segunda matéria, também exclusiva, mostramos que empresas brasileiras estão sendo beneficiadas com autorizações para extração de substâncias marinhas sem licenciamento ambiental.
- E estão conseguindo aprovar seus pedidos, antes mesmo de conseguirem o direito de lavra, com o uso de uma brecha no Código de Mineração aprovada em 1996 por meio de autorização classificada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) como de “caráter excepcional”.
- O mecanismo, ratificado por decretos presidenciais nos últimos anos, é a guia de utilização.
- Os dados fazem parte de um cruzamento inédito de informações da ANM entre os processos que têm suas áreas de extração com incidência total ou parcial no Mar Territorial, Plataforma Continental e Zona Econômica Exclusiva com os de licenciamento ambiental para este tipo de exploração no mar do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ambos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo Observatório da Mineração e confirmados pela apuração e checagem junto aos órgãos.
- Também revelamos com exclusividade mundial uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais, MP Federal, Receita Federal e CVM sobre manobras tributárias da Vale e BHP que podem indicar uma tentativa de ter de volta parte dos bilhões que deveriam ir para o maior desastre ambiental do Brasil, o rompimento da barragem de Mariana. Publicada em português e inglês.
- Em 2021, durante a recuperação judicial da Samarco, credores que detém R$ 24 bilhões da dívida da mineradora descobriram as manobras que revelamos.
- Revelamos quem são os financiadores de políticos na região do Tapajós, centro do garimpo ilegal no Brasil.
- Fizemos uma série de matérias especiais que detalharam os parlamentares que defendem a mineração no Congresso, os lobistas, grupos de interesse e o que está por trás do Novo Código de Mineração brasileiro, que atinge diretamente povos indígenas e comunidades tradicionais.
- Analisamos a realidade de quatro países – Estados Unidos, Canadá, Chile e Austrália – que são citados como “exemplo” pelo governo Bolsonaro para liberar a mineração em terras indígenas no Brasil. Lideranças, especialistas e casos concretos dos 4 países mencionados mostram que as consequências são graves.
- Com dados inéditos, revelamos que bancos alemães injetaram mais de US$ 1 bilhão em mineradoras envolvidas em conflitos no Brasil de 2016 a 2021, indo contra compromissos assumidos e acordos assinados pelas próprias instituições.
- A partir de um levantamento inédito, mostramos que o garimpo ilegal destruiu mais de 600 quilômetros de rios dentro das terras Munduruku no Pará de 2016 a 2021. Cobrimos sistematicamente os impactos do garimpo ilegal em terras indígenas e investigamos os atores por trás do mercado do ouro.
- Em levantamento inédito, mostramos que 333 trabalhadores foram resgatados em garimpos no Brasil em condições análogas à escravidão. A extensão desses resgates em garimpos nunca tinha sido revelada antes. Matéria publicada em português, inglês, no UOL e na Mongabay US.
- O Observatório da Mineração foi o primeiro a detalhar as centenas de requerimentos que incidem sobre povos indígenas isolados na Amazônia e os projetos em andamento de grandes empresas na região como Vale, Belo Sun, Anglo American e outras.
- A matéria sobre a Anglo American gerou uma mobilização da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), da ONG Amazon Watch e do povo Munduruku. Atualizamos os requerimentos e a situação da Anglo em 2021 em português e em inglês, republicado também pela Mongabay.
- A partir de matéria publicada no Observatório, acionistas críticos perguntaram a Vale sobre os requerimentos em terras indígenas em reunião anual e a mineradora se comprometeu a abandonar os pedidos registrados na Agência Nacional de Mineração. Poucos meses depois, a Vale voltou atrás. Em setembro de 2021, a mineradora finalmente desistiu dos requerimentos. Na sequencia, resolveu minerar no entorno de terras indígenas.
- Em março de 2021, revelamos uma reunião de Jair Bolsonaro e o presidente da Funai, Marcelo Xavier, com um madeireiro e líderes do povo indígena Kayapó do Pará. Na reunião, Bolsonaro recomendou que os indígenas pressionassem os deputados para aprovar projeto de lei que libera mineração em terras indígenas e o presidente da Funai recomendou ao madeireiro uma ação contra uma ONG indígena Kayapó que é contra o garimpo em suas terras. Uma versão da matéria foi publicada pelo UOL. Também publicamos em inglês aqui.
- Mostramos como as associações do setor mineral literalmente ditaram as 110 metas do Programa Mineração e Desenvolvimento (PMD), lançado por Jair Bolsonaro e pelo Ministério de Minas e Energia no fim de 2020. Com documentos exclusivos, detalhamos o PMD, centro da política mineral do atual governo.
- Cobrimos diariamente o lobby do setor mineral e revelamos reuniões, encontros e articulações de lobistas nacionais e internacionais com o governo de Jair Bolsonaro, como embaixadores estrangeiros, grandes empresas de tecnologia, empresários do garimpo, associações do setor mineral e outros.
- Fizemos uma cobertura especial do Acampamento Terra Livre 2022, maior mobilização indígena do Brasil, com 8 matérias postadas durante o evento com foco em mineração e no PL 191, além de fotos, entrevistas e cobertura em vídeo exclusiva.
- Em parceria com o Intercept Brasil, mostramos como as aglomerações em minas da Vale expõe milhares de trabalhadores à Covid-19 e, em seguida, detalhamos o caso da CSN Mineração. A repercussão das matérias levaram o governo federal a considerar a mineração uma atividade essencial em pleno sábado à noite no meio da pandemia.
- Em parceria com o Unearthed, site de jornalismo investigativo do Reino Unido, mostramos com exclusividade em português e inglês como a Agência Nacional de Mineração planeja desregulamentar totalmente o setor mineral em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
- Usando a Lei de Acesso à Informação para detalhar registros de reuniões, revelamos como o lobby do garimpo e da mineração é recebido com prioridade dentro do Ministério de Minas e Energia de Bento Albuquerque e Jair Bolsonaro.
- Em parceria com a Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), um consórcio mundial de jornalistas investigativos, mostramos a influência política por trás do rompimento da barragem de Brumadinho, a criação de uma “superintendência para projetos prioritários” em Minas Gerais e de dezenas de projetos problemáticos da Vale em Brumadinho.
- Logo após o rompimento em Brumadinho, em fevereiro de 2019, detalhamos para a Repórter Brasil como a Vale influenciou diretamente na aprovação de leis e normas que a favoreceram em Minas Gerais. A matéria mostra o áudio de uma reunião com representantes da empresa. A matéria foi republicada pela Folha. Uma tentativa de censurar a matéria foi derrotada na justiça.