Com frequência o fundador e diretor do Observatório da Mineração, Maurício Angelo, que também atua como analista, professor e pesquisador, é convidado para comentar temas relativos ao setor mineral. Para solicitações, entre em contato.
Confira algumas entrevistas recentes.
Dinamite Pura: Agência Brasil, O Globo, Correio Braziliense, TVT, Agência Radioweb e outros

Na esteira de lançamento do relatório “Dinamite pura: como a política mineral do governo Bolsonaro armou uma bomba climática e anti-indígena”, feito pelo Observatório da Mineração em parceria com o Sinal de Fumaça, fui entrevistado pela Agência Brasil. Também dei entrevista para outros veículos no Brasil e no mundo, como a Washington Brazil Office e a Green Rocks.
Trecho da matéria da Agência Brasil:
Maurício Angelo considera que a configuração atual das casas do Congresso Nacional não deve ajudar na reversão de matérias aprovadas durante o governo Bolsonaro, nem nas tentativas de barrar outras que tramitam e vão a plenário, como é o caso do Projeto de Lei (PL) 191/2020 que autoriza a exploração em terras indígenas. “Obviamente, apesar de parlamentares de centro, centro-esquerda, esquerda, o Congresso ainda é, majoritariamente, de direita e aliado a essas pautas que são de interesse da indústria da mineração e do agronegócio”, afirma, acrescentando que a militarização de órgãos como a então Fundação Nacional do Índio (Funai) também contribuiu para o quadro denunciado no relatório.
Sobre a possibilidade de a comunidade internacional exercer pressão significativa, a ponto de refrear excessos das mineradoras, o diretor pondera que o nível de cobrança é menor do que em casos que envolvem apenas desmatamento, por exemplo. Mesmo que desmatamento e mineração mantenham forte relação.
“Como o mundo tem uma demanda muito grande para suprir esses minerais essenciais, estratégicos, nos próximos anos, os projetos de mineração são vistos como necessários e não há uma crítica, um viés crítico desses acordos que são feitos. Pelo contrário, é visto como algo necessário, positivo, que tem que ser levado a cabo, independentemente do governo, seja aqui no Brasil ou fora do país, o que, claro, gera e vai gerar vários impactos socioambientais no futuro também”, argumenta.
O relatório foi destaque em mais de 360 veículos de mídia no Brasil, especialmente reproduções da matéria da Agência Brasil em veículos como UOL, Yahoo, Terra, Istoé, Carta Capital e centenas de veículos de imprensa nacionais e locais. Matéria da Agência Radioweb também foi veiculada por cerca de 250 rádios comerciais, comunitárias e educativas de norte a sul do Brasil.
Míriam Leitão, O Globo: Ambientalistas dizem que governo Bolsonaro armou ‘bomba climática e ‘anti-indígena’. E dão recomendações
Correio Braziliense: Governo Bolsonaro armou “bomba climática”, aponta relatório
TVT: Relatório mostra desmanche da política ambiental no governo Bolsonaro
Agência Radioweb: Relatório detalha “anos dourados” do garimpo ilegal sob Bolsonaro
Observatório do Clima: Uma bomba climática
Brazil Unfiltered – Washington Brazil Office

Fui entrevistado pelo pesquisador James N. Green para o podcast “Brazil Unfiltered” do Washington Brazil Office sobre o relatório “Dinamite Pura”, os impactos socioambientais da mineração e outros aspectos relevantes que a indústria mineral tenta esconder.
O podcast está disponível no YouTube, Spotify, Deezer e Apple.
Jornal Nacional

O JN, da Globo, repercutiu o fato de que 47 barragens de rejeitos de mineração no Brasil não tem estabilidade garantida e representam altíssimo risco para as pessoas e o meio ambiente. Isso 7 anos depois de Mariana e quase 4 anos depois de Brumadinho. Os dados são do último levantamento registrado pela Agência Nacional de Mineração.
Observatório de Justiça e Conservação – Abril de 2023
The Washington Post
No jornal americano The Washington Post, um dos maiores e mais prestigiosos do mundo, fui entrevistado sobre as articulações por trás do PL 191/2020, que autoriza mineração em terras indígenas, em março de 2022:

Globo News

O lobby da mineração é poderoso e responsável direto por tudo que acontece na ponta. Conversei com o André Trigueiro para o Cidades e Soluções da Globo News de 05 de dezembro de 2021 sobre o Novo Código de Mineração. O programa pode ser assistido na íntegra aqui.

Em fevereiro de 2022, convidado por André Trigueiro, comentei no Instagram da Globo News sobre as consequências dos dois decretos publicados por Jair Bolsonaro que mudam o Código de Mineração e impactam o garimpo na Amazônia.
Folha de S. Paulo – Julho de 2023
Fui entrevistado pela Folha em uma matéria que faz um balanço da estratégia do IBRAM em vender a mineração como sustentável e como essa imagem tem sido forjada a partir da contratação de Raul Jungmann.
>>> Garimpo ilegal e desastres levam mineração a buscar rótulo sustentável
DCM – Genocídio Yanomami, lobby do garimpo ilegal no governo Bolsonaro e mais – Fevereiro 2023
Visita de Elon Musk ao Brasil, Bolsonaro e mineração na Amazônia – Maio/2022
My News – “Maior churrasco do mundo” em Parauapebas (PA) – Maio/2022
Luís Nassif – TV GGN – Serra do Curral – Maio/2022
Globo Minas
Para a Globo Minas, no MGTV2, fiz alguns comentários pontuais.
Em maio de 2022, comentei sobre a aprovação do COPAM para a ampliação do projeto da Samarco em Mariana e da CSN Mineração em Congonhas.
Contribuí para essa matéria de janeiro de 2022 sobre a ampliação de vida útil de uma barragem da Vale em Nova Lima com uma fala abordando o fato de que as mineradoras controlam o licenciamento e não são fiscalizadas.
Também comentei nesta outra matéria, da mesma semana, sobre o caso da barragem e do muro de contenção da Vale em Macacos, perto de BH. Áreas foram tomadas pela lama das chuvas. Dezenas de moradores foram expulsos de casa desde 2019. Prazos para “fechar” barragens não serão cumpridos.
Em fevereiro de 2022, comentei sobre o fato de que apenas 13% das multas ambientais foram pagas em Minas Gerais desde o desastre de Mariana, em 2015.
Em outra matéria, a Globo repercutiu o aumento do prazo para que mineradoras desativem barragens consideradas de altíssimo risco no estado. O prazo venceu em fevereiro de 2022, quase nada foi feito e as empresas ganharam mais alguns anos para descomissionar verdadeiras “bombas-relógio”.
Em março, uma barragem da ArcelorMittal em Itatiaiuçu subiu para o nível 3 de emergência, mostrando que a situação crítica das barragens em Minas Gerais não é tratada com a seriedade necessária. Em outubro, outra barragem, agora da AngloGold Ashanti, em Santa Bárbara, entrou em nível 1 de emergência. Comentei para a Globo Minas o risco que representa as próprias empresas, na prática, ficarem responsáveis pela fiscalização, já que a fiscalização in loco de barragens pelo poder público caiu mais de 90% desde Brumadinho.

Carta Capital
Entrevista em fevereiro de 2023 para a revista sobre a participação dos lobistas do garimpo durante o governo de Jair Bolsonaro no genocídio do povo Yanomami. Trecho da matéria:
Em 2022, de acordo com um levantamento realizado pela Hutukara Associação Yanomâmi, o garimpo ilegal nessa TI cresceu 54%, acompanhado de uma devastação florestal sem precedentes, ultrapassando mais de 1,2 mil hectares só em 2018, aumento de mais de 300% se comparado ao ano anterior. “O garimpo se industrializou nos últimos dez anos. Entrou maquinário pesado, é muito dinheiro, cada máquina dessas custa 500 mil, até 1 milhão de reais. Os grandes empresários entraram no negócio. Estamos falando de uma rede que inclui grilagem, desmatamento, destruição de rios, crime organizado, facções criminosas que usam o garimpo para lavar dinheiro, como é o caso em Roraima. É um convite quase irresistível, é muito fácil você usar a fragilidade da cadeia do ouro para lavar dinheiro, além do ganho econômico imediato”, explica Maurício Angelo, pesquisador e diretor do Observatório da Mineração.
Segundo Angelo, ao menos metade do ouro exportado do Brasil é de origem ilegal e tem como principais destinos a Suíça, o Canadá e países da União Europeia. “Historicamente, o lobby mineral sempre foi muito próximo dos governos, seja ele qual for, independentemente de partido. Mas, nos últimos quatro anos, o lobby do garimpo esteve muitíssimo próximo de Bolsonaro, do vice Hamilton Mourão e do ministro Ricardo Salles. E a prova disso são as várias reuniões que esses lobistas participaram em Brasília, nos vários gabinetes do governo anterior”, ressalta o pesquisador, lembrando que muitas associações de garimpeiros usam brechas existentes nas regras impostas pela Agência Nacional da Mineração (ANM) para conseguir a liberação para explorar as terras indígenas.
Deutsche Welle
Em dezembro de 2021 a rede alemã Deutsche Welle publicou uma matéria repercutindo a revelação do Observatório da Mineração de que bancos alemães financiam mineradoras envolvidas em conflitos no Brasil.
Trecho da matéria:

Ao conceder um empréstimo, um banco nem sempre sabe que o dinheiro vai parar em investimentos irresponsáveis. Mas “em 10 minutos de [busca no] Google, você encontra muita coisa”, observou, em entrevista à DW Brasil, o jornalista Maurício Angelo, fundador do Observatório da Mineração. “Se um banco quiser fazer uma diligência mínima – o que deveria, e está previsto fazer – sem dúvida, conseguiria descobrir muitas coisas questionáveis, rapidamente.”
Porém, “há mais de dez anos estes bancos estão envolvidos em financiamentos diretos a mineradoras e empresas de commodities envolvidas em conflitos”, apontou Angelo. “Será que não fazem a menor ideia de quem são estas empresas?”, questionou.
Os investimentos indiretos de bancos que vão parar em projetos controversos também são alvo de críticas. Embora seja difícil discriminar o caminho do dinheiro em transações que envolvem várias empresas, ativistas pedem mais responsabilidade na concessão de investimentos. Pois, segundo argumentam, se houvesse alguma sanção jurídica que responsabilizasse os bancos em casos de violações socioambientais, certamente eles teriam mais cautela ao conceder empréstimos.
O terceiro banco alemão mencionado na reportagem do Observatório da Mineração, o Deutsche Bank, por exemplo, é apontado como investidor de 59 milhões de dólares na empresa suíça Glencore, uma das grandes traders de commodities do mundo e que até maio de 2021 manteve ações da CSN Mineração, tendo uma participação de 3% na empresa. Na oferta inicial de ações (IPO) da mineradora, em fevereiro, a anglo-suíça Genclore havia sido o investidor de maior peso, adquirindo 25% das ações.
Le Monde Diplomatique
Convidado pelo Le Monde Diplomatique, falei sobre o lobby internacional e as articulações do governo Bolsonaro envolvendo mineração em terras indígenas. Veiculado no canal da Rede TVT e PUC TV.
Instituto Goethe
O Instituto Goethe, sediado na Alemanha e com filiais em vários países, me entrevistou em uma matéria especial sobre assassinatos e ataques a ativistas ambientais e o crescimento do crime organizado na Amazônia.
Publicado em inglês e em alemão em setembro de 2022.
Trechos:
The murders, in 2022, of indigenist Bruno Pereira and British journalist Dom Phillips, in the Javari Valley on the border between Brazil, Peru and Colombia, is also not considered an isolated case, having taken place at a time when Brazilian government agencies eased up on repression of environmental crimes. Since the beginning of President Jair Bolsonaro’s government in 2019, decrees, normative instructions, ordinances and newly enacted laws were issued that weakened environmental surveillance and encouraged criminal activities. “In this political scenario, these things do not occur by chance. The murders of Bruno Pereira and Dom Phillips have Bolsonaro’s administration’s fingerprints all over them, and this is being repeated in several other places. Some cases are having national and global repercussions, whereas others do not,” says Maurício Angelo, a journalist specialized in covering the mining sector in Brazil.
(…)
The journalist Angelo highlights the complexity of environmental crimes in the Amazon, where activities such as deforestation, and illegal fishing, hunting and mining overlap with drug trafficking, land grabbing, exploitation of work which is analogous to slavery, police corruption and illegal lobbying of politicians with an interest in these dynamics. According to him, there are risks to covering socio-environmental agendas in the country.
“Threats occur in many ways, not only against our physical integrity, but also through moral and judicial harassment, data exposure, cursing and online persecution, in addition to espionage by large mining companies,” he says.
(…)
The fight for environmental preservation in Brazil cannot, however, advance without the commitment of the Brazilian government. For Angelo, Brazil must resume public policies that worked in the recent past –between 2004 and 2016, deforestation in the Amazon decreased by 72%. “We have accumulated an entire framework of intelligence and experience with satellites and institutional actions to combat environmental crime. We are talking about things that demand more State. What we are seeing today is the absence of the State and criminals who are unafraid of sanctions,” he summarizes.
Brazilian Report
No gancho da visita de Jair Bolsonaro à Inglaterra em setembro de 2022 para o funeral de Elizabeth II, o Brazilian Report contou qual é a relação entre o governo brasileiro e o governo inglês no tema da mineração e quais são as principais mineradoras inglesas que atuam no Brasil e como elas estão envolvidas em violações socioambientais.
Trecho:
Journalist Maurício Angelo, head of Observatório da Mineração, said he sees no difference in how the Bolsonaro administration treats British mining companies as opposed to those of other countries, such as from Australia or Canada.
However, he draws attention to the composition of the Brazilian Mining Association (Ibram), a non-profit which represents companies and institutions in the mining sector. The current head of the administrative board is Wilfred Bruijn, CEO of Anglo America in Brazil. Ibram’s own CEO is Raul Jungmann, who served as Minister of Defense in the Michel Temer administration (2016-2018).
A Crítica, de Manaus
O jornal A Crítica me entrevistou em julho de 2022 sobre uma tática usada por garimpeiros que se tornou comum: registrar pedidos “inválidos” na Agência Nacional de Mineração para simular legalidade. É o caso da invasão no Rio Madeira.
“Frequentemente eles se reúnem em cooperativas e registram vários pedidos, inclusive, em áreas proibidas. Fazem isso para dar um verniz de legalidade, para ter o que mostrar no caso de serem pegos em fiscalização, mas também contando que a lei irá mudar no Congresso, como é o caso do PL 191/2020, que autoriza a mineração em terras indígena”, foi a minha aspa destacada pelo jornal, o maior do Amazonas.
Leia a matéria: Garimpeiros do Madeira acumulam ‘licenças inválidas’ para simular atuação legal
Revista científica “Eos” by AGU
Na revista científica da Advacing Earth and Spaces Science, fui entrevistado sobre a ameaça que a mineração representa para povos indígenas isolados na Amazônia.
According to journalist Maurício Angelo, founder of the Mining Observatory, mining companies are not the only ones interested in the passing of PL 191/20. International banks—stakeholders of these companies—are also part of the game.
An investigation by watchdog group Mining Observatory last year showed that German banks invested more than $1 billion in mining companies involved in socioenvironmental conflicts in Brazil between 2016 and 2021. The British firm Anglo American, one of the world’s largest mining companies, was the main beneficiary, having received $627 million from Commerzbank. International banks such as HSBC, BNP Paribas, Barclays, UBS, and Rabobank are also investors in companies such as Vale do Rio Doce, BHP Billiton, Glencore, and the Rio Tinto Group.
“Many of these banks are signatories of the United Nations’ Principles for Responsible Banking and have their own internal sustainability agendas—and at the same time, they have vested interests in maintaining and expanding mining operations,” Angelo said. “If the bill passes, mining requests that are already high can skyrocket, and wildcat miners will feel even more legitimized than they do now.”
Roteirices
Podcast “Roteirices”, do jornalista Carlos Alberto Jr, para falar sobre a história do Observatório da Mineração, os bastidores, o lobby, o estado do jornalismo e as investigações feitas pelo site.

Luís Nassif / GGN
Canal do jornalista Luís Nassif para falar sobre a cobertura do Caso Samarco e a série de matérias especiais que publiquei sobre o novo sistema de indenização criado pelo juiz federal responsável e as denúncias na bacia do Rio Doce:
Podcast “Um Rio que Mudou de Cor” da WWF Brasil

O garimpo ilegal pode significar sorte e riqueza para alguns, mas para comunidades indígenas, trabalhadores explorados, rios e cidades do entorno, ele é sinônimo de contaminação e morte. Com apresentação de Priscila Tapajowara, direto de Santarém, oeste do Pará, na beira do Tapajós, o podcast contou em oito episódios como essa realidade se construiu ao longo do tempo na Amazônia por meio de depoimentos de indígenas, procuradores, garimpeiros, ativistas e especialistas. Eu, Maurício Angelo, fui um dos entrevistados.
Gigante 163
O site Gigante 163, do Mato Grosso, que busca fazer uma cobertura mais sensata sobre o agronegócio, com análises que envolvam os impactos socioambientais, repercutiu um projeto de lei que abre as Reservas Legais do estado para a mineração.
Trecho:
Maurício Angelo, do Observatório da Mineração, afirma que, ao somar as outorgas de água para uma mineradora com as que o agronegócio necessita, principal ramo do nosso Estado, surge um iminente risco de seca de aquíferos, nascentes, rios, cursos d’água e etc.
“Isso, muito provavelmente, vai atingir na produção do fazendeiro de maneira muito rápida”, conta Angelo. “Além de contribuir para agravar a questão do desmatamento, desequilíbrio ecológico, crise climática e aumento de pragas.”
A atividade pode ainda ocasionar o rebaixamento dos lençóis freáticos, assoreamentos e a contaminação de rios e aquíferos.
“Além disso, [os resultados] não se limitam ao local da mina, podendo comprometer integralmente as bacias hidrográficas”, afirma Milanez, autor do artigo.
“Portanto, os supostos ganhos financeiros não ultrapassam as perdas que você vai ter de temas ambientais, ecológicos e climáticos, impactando diretamente na produção e equilíbrio do ecossistema”, conclui o fundador do Observatório. “Para quem for explorar, o lucro ali vai ser ótimo. Mas será que a médio e longo prazo vai ser um bom negócio para a comunidade local? Os exemplos dizem que não.”