Um estudo feito pelo Painel do Rio Doce, órgão independente de assessoria técnica que atua na reparação do desastre de Mariana, mostra que a região pode sofrer um aumento de temperatura de 2 a 4 graus ainda neste século. Isso no cenário mais otimista.
É um dos raros estudos que mostram como a região da bacia, com mais de 86 mil quilômetros de área total e 3,5 milhões de habitantes entre Minas Gerais e o Espírito Santo, sofre as consequências das mudanças climáticas agravadas pelo rompimento da barragem da Vale e BHP em 2015.
Segundo o painel, dos 42 programas de reparação da Fundação Renova, criada pelas mineradoras, 23 podem estar direta ou indiretamente ameaçados e devem ser melhorados sob risco de que os seus resultados, insuficientes, sejam ainda mais comprometidos pela crise climática.
Na parte mineira do Rio Doce, o estudo prevê que um aumento de temperatura de 3°C a 3,6°C até 2080 caso não sejam implementados esforços para mitigação de emissões de gases que causam o efeito estufa.
Mesmo que as ações aconteçam, o aumento deve ficar entre 2°C – 2,5,°C, causando a queda da silvicultura e de terras cultiváveis, com menor precipitação e perda de biodiversidade.
No Espírito Santo a situação deve ser ainda pior: a elevação do nível do mar pode afetar a foz do Rio Doce e suas áreas costeiras, com um risco iminente de inundações nas áreas urbanas. A redução da precipitação média mensal e o aumento da temperatura média do ar deve ser de 2,1°C até 2050.
Segundo os membros da instituição, formada por especialistas brasileiros e internacionais, a Renova precisa cooperar plenamente com os atingidos e instituições parceiras, incluindo o Ministério Público e o poder judiciário, para incluir os impactos da mudança climática em seus programas. Segundo os atingidos, até o momento isto não tem acontecido. Além disso, a Fundação Renova foi denunciada pelas Defensorias Públicas da União, de MG e do ES por violação em massa de direitos humanos recentemente.
“A bacia do Rio Doce está em uma região altamente exposta aos riscos da mudança climática”, diz Peter May, especialista em economia ecológica e sequestro de carbono em sistemas naturais e autor principal do relatório. “A redução das chuvas afetará a viabilidade das florestas e terras agrícolas da região, bem como sua biodiversidade, trazendo ainda mais impactos econômicos para as pessoas da região.”
Para Yolanda Kakabadse, Presidente do Painel do Rio Doce e ex-ministra do Meio Ambiente do Equador, os 23 programas da Renova são suficientes para iniciar um processo de adaptação. “Temos que começar em algum momento. Não podemos nos dar ao luxo de esperar até termos os mecanismos ideais. É possível começar agora, com as prioridades mais importantes, e passar para outros programas e buscar novas oportunidades. A inação é a pior resposta”, me disse.
Kakabadse afirma que o importante é que os atores envolvidos entendam a gravidade do problema e a importância de agir agora. “Isso não acontecerá se não houver consciência por parte dos líderes, autoridades locais e cidadãos de todos os setores. Está claro que a reparação deve ter uma abordagem integrada, o que também significa ter uma visão de curto, médio e longo prazo e com o envolvimento e participação de todos”, afirma.
Desde 2017, o Painel Rio Doce publicou um Relatório Temático e cinco estudos Questões em Foco contendo um total de 20 recomendações dirigidas à Fundação Renova com o objetivo de fornecer orientações objetivas para a restauração de longo prazo da Bacia do Rio Doce.
Enquanto isso ela paga uma fortuna para ser feitos laudos que esconde a realidade. Só prejudicando aquele de dependo de tirar seu sustento tanto como do mar, do Rio ou de suas terras. Gostaria de saber se o presidente da Vale , da BHP e da mineradora Samarco teria coragem de vim aqui em Guriri comer uma moqueca dos peixes terei a honra de ir no mar pescar e pessoalmente fazer a moqueca para eles aqui em casa. Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Eles teriam coragem de levar o pescadores para sua residência.