Dissertação analisa o cenário de minerais críticos, desenvolvimento e sustentabilidade no Brasil

Está disponível a dissertação Enquanto durarem os estoques: contradições da mineração como pilar da transição energética justa”, fruto do meu Mestrado em Desenvolvimento Sustentável concluído em 2024 na Universidade de Brasília (UnB).

O trabalho analisa as relações contraditórias entre minerais críticos, desenvolvimento e transição energética sob a ótica do neoextrativismo.

Dedico capítulos a investigar criticamente, a partir da Economia Política, a relação entre mineração e desenvolvimento com dados e os melhores estudos disponíveis, como a mineração se insere em um contexto de “desenvolvimento sustentável”, como alegado pelo setor e de que forma o neoextrativismo brasileiro das últimas duas décadas foi pautado pelo neoliberalismo.

No centro da pesquisa está o cenário atual de minerais críticos – estratégicos ou de transição – no Brasil a partir da delimitação de grupos de interesse, como atuam, o que defendem e como influenciam em políticas públicas a partir do modelo da Advocacy Coalition Framework (ACF, em português, “Coalizão de Defesa”), empregado da Ciência Política.

Realizei entrevistas com alguns dos principais atores deste contexto, incluindo figuras chave da administração federal e do setor mineral, considerando o poder de decisão e influência que concentram.

Como quem acompanha este Observatório sabe, a partir da nossa cobertura recorrente dos últimos anos, o cenário de minerais críticos está em ebulição no Brasil e no mundo, com novidades e desdobramentos sociais, ambientais, econômicos e políticos diariamente.

Por fim, parto de casos concretos – Canaã dos Carajás, Parauapebas, Oriximiná, Barcarena, no Pará e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais – para explorar as contradições históricas e presentes do setor mineral, a responsabilidade direta e indireta em impactos socioambientais.

A conclusão propõe o conceito de “negacionismo mineral” a partir da pesquisa feita e busca indicar, por recomendações e sugestões, quais os caminhos possíveis para uma transição energética efetivamente justa, que respeite os direitos humanos e a natureza, em termos passíveis de implementação.

A década de trabalho e dedicação ao Observatório da Mineração foram fundamentais para toda a minha jornada no Mestrado e para esta pesquisa, que bebe de fontes primárias e secundárias, pesquisa bibliográfica e documental, incluindo as investigações e revelações produzidas por este Observatório, como não poderia ser diferente.

Agradeço enormemente a todos que contribuíram de forma direta e indireta para que esta pesquisa fosse possível, em especial ao meu orientador, Maurício de Carvalho Amazonas, a todos os professores, membros da banca, colegas e comunidade acadêmica da UnB.

O trabalho completo pode ser acessado nos seguintes links:

Repositório oficial da Universidade de Brasília:

link principal / PDF direto / link alternativo

Outras opções:

Research Gate

Academia.edu

Foto de destaque: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

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