Durante a reunião de emergência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), realizada em Governador Valadares ontem, a prefeita deste município, Eliza Costa fez um discurso bastante chamativo. O teor foi bastante contundente e destaco dois trechos do texto publicado em sua fanpage:
1) “Nenhum cumprimento judicial a Samarco está realizando em Valadares depois da chegada da lama proveniente do rompimento da barragem em Mariana. É muito tímido as ações da Mineradora. Pedi que a Samarco montasse um escritório em Valadares. Não queremos só três pessoas representando”.
2) “A Samarco não responde nossas exigências. Significa muita enrolação e nenhum compromisso com Valadares”.
Ao contrário do governador de MG, Fernando Pimentel, que preferiu isentar a mineradora da culpa nesse crime ambiental, no melhor estilo tucano mineiro, Eliza Costa não titubeou em cobrar a responsabilidade da Samarco – e, claro, por tabela, da Vale e da BHP. Bom notar e frisar essa diferença de discurso, avaliando ainda os motivos da diferença entre e um e outro político petista com mandato e diante dessa crise.
Cabe também manter vigilância sobre a cobrança do poder público municipal para que a mineradora resolva, entre outros, o problema de abastecimento de água que levou Governador Valadares a um estado de emergência. Hoje houve distribuição de água feita por carros pipa – um verdadeiro martírio e inferno de desorganização e descaso, segundo relatam valadarenses -, mas isso passa longe até mesmo de ser qualificado como medida paliativa.