Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Seminário Minerais Críticos e Crise Climática – CMADS – Congresso Nacional

O Observatório da Mineração, em parceria com a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, organizou na última quinta-feira (11) um seminário em Brasília para debater o atual cenário de expansão dos minerais críticos e estratégicos no Brasil e os desafios diante da crise climática.

Reunimos representantes da sociedade civil, movimentos sociais, da academia, entidades de jornalismo e pesquisa, como este Observatório, do governo federal e dos municípios afetados pela mineração. A mesa discutiu desafios geopolíticos, econômicos e socioambientais da exploração de minerais críticos e estratégicos.

Esses minerais são considerados essenciais para a atual transição energética, que busca fontes menos poluentes. Diversos projetos de lei tratam do tema, entre eles o PL 2780/24, que poderá ser votado diretamente pelo Plenário se for aprovado requerimento de urgência.

Uma resolução do Ministério do Meio Ambiente lista 22 minerais estratégicos para o Brasil, que é líder nas reservas de nióbio e está entre os principais detentores de vanádio, grafita, silício/quartzo, alumínio/bauxita, lítio, manganês e níquel. O país ainda tem a décima maior reserva de terras raras no mundo.

Participantes do debate criticaram as estratégias do governo e algumas das propostas em análise na Câmara. Para o Diretor Executivo do Observatório da Mineração, Maurício Angelo, o tema avança sem o devido diálogo com agentes não governamentais.

Segundo ele, nem todos os 22 minerais listados são essenciais para a transição energética e usos militares – como na produção de caças, drones e radares. Por isso, avalia, muitos países, em vez de investirem em descarbonização da economia, têm direcionado os investimentos em minerais estratégicos para as áreas de defesa.

Maurício Angelo apresentou aos deputados as publicações “Riscos Climáticos Cumulativos para Minerais de Transição no Brasil” e “Mining and Money: financial faultlines in the energy transition”, publicados este ano pelo Observatório em parceria com outras instituições e fez recomendações.

“Não é razoável que isso fique concentrado entre um ministério e uma pequena parte do Congresso, sem participação da sociedade. A crise climática precisa ser considerada e não tem nada lá sobre isso”, criticou.

Leia o texto completo.


Descubra mais sobre Observatório da Mineração

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Compartilhe

Apoie o Observatório

Precisamos do apoio dos nossos leitores para continuar atuando de forma independente na denúncia e fiscalização do neoextrativismo, que ameaça comprometer uma transição energética justa e sustentável no Brasil.

Você pode contribuir de duas maneiras. A primeira, e mais eficaz, é por meio de uma assinatura recorrente no PayPal.

Com ela, você apoia mensalmente o trabalho do Observatório da Mineração, com um valor fixo debitado automaticamente no seu cartão de crédito ou débito.

Também aceitamos contribuições pontuais, no valor que preferir, via PIX. Basta enviar para o e-mail: apoie@observatoriodamineracao.com.br
(conta da Associação Reverbera).

Siga o Observatório nas redes sociais e compartilhe o conteúdo com seus amigos!

E buscamos novos parceiros e financiadores.
Desde que alinhados com o nosso propósito, histórico e perfil.
Leia mais sobre o impacto alcançado até hoje pelo Observatório, as aulas que ministramos e entre em contato.

Matérias relacionadas

O atual debate sobre o clima é dominado por intensas discussões sobre a propulsão do ‘filho predileto do mundo moderno’,...

A farra das milhares de guias de utilização emitidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) nos últimos anos, permitindo a...

A todos os Estados Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima Excelências, “Os minerais críticos que alimentam...