“Abalos sísmicos”: cortina de fumaça para desviar atenção da responsabilidade da Vale

Pergunte a qualquer engenheiro se ele teria coragem de se responsabilizar tecnicamente por uma obra sobre a qual ele soubesse que não resiste a uma (ou cem) ocorrências sísmicas de magnitude menor que 3 Richter.

Pois bem: a Samarco quer fazer você acreditar que construiu barragens super seguras e fez tudo de acordo com o manual, mas a região está sendo afetada por uma onda de terríveis abalos sísmicos e as barreiras se desmancham como sorvete sob o sol.

Entretanto, quando chegam os relatórios de intensidade dos tais abalos, vê-se que eles não têm força sequer para derramar a água de um copo cheio até a boca sobre uma mesa.

A única conclusão lógica que se pode chegar disso tudo é que a Samarco contratou os piores engenheiros de barragem do mundo. Se é que contratou algum.

Relatório do Centro de Sismologia – USP sobre a ocorrência de abalos sísmicos na região da barragem:

Destaco:

“Ainda não é possível relacionar a ocorrência dos tremores como causa do rompimento das barragens. A probabilidade da coincidência de local e data com o desastre é muito pequena, mesmo considerando que pequenos tremores de terra sejam “relativamente” frequentes no Brasil.
Por outro lado, tremores de terra de pequena magnitude (< 3) só em casos muito especiais poderiam causar danos diretos a qualquer construção civil ou barragem. (…)”

Acesse o relatório.


Descubra mais sobre Observatório da Mineração

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Compartilhe

Apoie o Observatório

Precisamos do apoio dos nossos leitores para continuar atuando de forma independente na denúncia e fiscalização do neoextrativismo, que ameaça comprometer uma transição energética justa e sustentável no Brasil.

Você pode contribuir de duas maneiras. A primeira, e mais eficaz, é por meio de uma assinatura recorrente no PayPal.

Com ela, você apoia mensalmente o trabalho do Observatório da Mineração, com um valor fixo debitado automaticamente no seu cartão de crédito ou débito.

Também aceitamos contribuições pontuais, no valor que preferir, via PIX. Basta enviar para o e-mail: apoie@observatoriodamineracao.com.br
(conta da Associação Reverbera).

Siga o Observatório nas redes sociais e compartilhe o conteúdo com seus amigos!

E buscamos novos parceiros e financiadores.
Desde que alinhados com o nosso propósito, histórico e perfil.
Leia mais sobre o impacto alcançado até hoje pelo Observatório, as aulas que ministramos e entre em contato.

Matérias relacionadas

ANÁLISE É comum que aquilo se fala em cima de um palanque tenha um tom exaltado acima do normal. O...

ANÁLISE Por Bruno Teixeira Peixoto* Ações judiciais estratégicas usadas para intimidar e silenciar vozes críticas (SLAPP) e “lawfare” com os...

ANÁLISE Eu gostaria que o título desse texto fosse qualquer coisa que não a descrição mais adequada ao que a...

Apoie o Observatório da Mineração